domingo, 21 de setembro de 2014

Mediunidade com Jesus - Manoel Philomeno de Miranda







Mediunidade com Jesus


Manoel Philomeno de Miranda





" A mediunidade com Jesus é ponte sublime por onde transitam as mais elevadas expressões do pensamento divino entre os homens.


Fonte inexaurível de recursos transcendentes, flui e reflui exuberante, dessedentando, banhando de forças e de paz.


Das suas nascentes superiores procedem a inspiração e o
alento, as energias que sustentam nos momentos cruciantes do martírio e dos testemunhos sacrificiais.


Pelo seu conduto falam os Céus aos homens, responde o Pai às súplicas vertidas na oração, a misericórdia balsamiza chagas e impele à santificação da Caridade.


O apóstolo, o missionário, o santo de qualquer ministério e realização por ela conseguem os vislumbres e antevisões, os sonhos e os arroubos, as instruções e os apelos elevados que os impulsionam ao avanço, à realização, aos objetivos nobres, apesar dos motejadores, perturbadores e adversários que se lhes colocam à frente, ameaçadores...


Médium de Deus, dignificou-a Jesus Cristo, elevando-a à sua mais  sublime condição.


Descuidada, porém, converte-se em furna de sombras e males  incontáveis, que terminam por derrotar o mordomo leviano que a desrespeita.


Ao abandono faz-se porta de acesso a alienações incontáveis e enfermidades fisiológicas de diagnose difícil.


Percepção do espírito, através do perispírito nas suas tecelagens mui sutis, com as vibrações com que sintoniza, fazendo-se claro sol ou pesada noite nas paisagens da vida.


Edificá-la com sacrifício e preservá-la dos ladrões, dos vícios de toda ordem que atraem as Entidades perniciosas, que a desnaturam e embrutecem, é obrigação do homem decidido, do cristão consciente."





FRANCO. Divaldo Pereira pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Do Livro Grilhões Partidos.

As Equipes Mediúnicas Espíritas - José Ferraz





As Equipes Mediúnicas Espíritas 

José Ferraz




As atividades das equipes mediúnicas nos Centros Espíritas são de fundamental importância para a solução de problemas psíquicos, desenvolvimento, educação da personalidade mediúnica e atendimento desobsessivo dos seus integrantes com uma perspectiva socorrista para os Espíritos sofredores e perturbadores que renteiam na esfera de ação dos encarnados.


Todas as Instituições espíritas precisam destas atividades para manterem inclusive a coesão de pensamento nos ideais de enobrecimento das criaturas humanas, que se propõem a trabalhar pela causa do amor ao próximo e sofrem as investidas de Espíritos malévolos, empenhados em criar desentendimentos e malquerenças nas hostes espiritistas.


Por esta razão, o bom senso recomenda que a prioridade na composição da primeira equipe mediúnica, de qualquer Centro espírita, deve recair sobre aqueles que fazem parte da Diretoria em exercício, presumindo-se que todos esses possuam conhecimento doutrinário razoável, vida moral sadia e estejam integrados às tarefas de promoção humana.


Sem convites precipitados, os encarregados do Departamento Doutrinário aguardam as solicitações dos frequentadores das reuniões públicas doutrinárias, integrados na Instituição, para receberem a permissão depois do estudo prévio de O Livro dos Médiuns, a fim de se incorporarem aos grupos mediúnicos espíritas analisando-se cada caso com um critério de seleção cuidadoso, com bases nas diretrizes exaradas nas diretrizes traçadas por Allan Kardec, antes de conceder-se a necessária autorização.


O dirigente encarnado que será o representante no plano físico do Mentor espiritual da equipe deve ser preferencialmente, um elemento que faça parte da Diretoria executiva ou então alguém de inteira confiança dela, devendo preencher os requisitos mínimos para o desempenho da função, notadamente o conhecimento teórico sobre a mediunidade, características de liderança natural, e ascendência moral na convivência com os encarnados, refletindo nos desencarnados.


No seu impedimento, não existindo um substituto devidamente credenciado pelo titular, não é recomendável que se processe a parte prática do intercâmbio espiritual.


Nesses casos as leituras preparatórias serão realizadas normalmente, com posterior conversação edificante sobre as questões lidas, com os cuidados compreensíveis para evitar-se polêmicas, finalizando-se as atividades com vibrações salutares e a prece de encerramento.


No transcorrer destas atividades, os Orientadores espirituais farão o atendimento aos Espíritos sofredores programados, no nível do plano espiritual com os recursos energéticos simultâneos, do plano físico e extra físico.


Na hipótese de um grupo iniciante, sem médiuns ostensivos atuantes, as atividades devem tomar um caráter de estudo sistemático das obras básicas do Espiritismo, notadamente de O Livro dos Médiuns, desdobradas através de comentários objetivos e resumidos, devendo-se evitar a dinâmica discursiva e desnecessária.


No final dos estudos reservar alguns minutos para aclimatação daqueles possuidores da faculdade em afloramento, para uma convivência mental mais estreita com os Espíritos sofredores trazidos pelos Orientadores no plano extrafisico para um atendimento de enfermagem espiritual. 


Quando os médiuns atuantes iniciarem as comunicações com frequência, deve-se suspender o estudo sistemático passando somente para as leituras preparatórias sem necessidade de comentários.


Sobre o número de pessoas que devem compor as equipes mediúnicas existem variadas opiniões de estudiosos encarnados e desencarnados. Todavia, caberá ao dirigente encarnado dimensionar a quantidade ideal de participantes para a formação de um grupo bem afinado.


Seria conveniente elaborar-se um regulamento interno, consultando o capítulo específico existente em O Livro dos Médiuns e em outras obras de autores confiáveis para as normas disciplinares a serem seguidas de referência: a assiduidade, o número de comunicações dadas por cada médium, e outros detalhes que ficarão a cargo do encarregado do Departamento Doutrinário da Instituição.


Importante frisar que o êxito dos trabalhos com a participação da equipe espiritual vai depender da postura pessoal dos seus integrantes encarnados. 


Imprescindível uma preparação antecipada, principalmente na conduta mental e moral, cuidados alimentar, de repouso físico para relaxar as tensões físicas e psicológicas, provenientes das atividades cotidianas.



Fonte

Rede Amigo Espírita . Artigo da Autoria de José Ferraz, trabalhador da Mansão do Caminho, Salvador/Ba e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda.



domingo, 24 de agosto de 2014

O Poder da Oração - Manoel Philomeno de Miranda




O Poder da Oração


Manoel  Philomeno de Miranda


O cérebro, este dínamo gerador de energia psíquica, é também fonte de exteriorização que se espraia, facultando a vitalização ou desequilíbrio na área que focaliza.


Externando-se através do pensamento, este se lhe torna o veículo que a potencializa e direciona.


Quanto maior for a intensidade mental da idéia, mais poderosa se apresenta a onda em que se movimenta.


Em face dessa realidade, o cultivo dos pensamentos edificantes, pela constituição vibratória de que se reveste, estimula os neurônios cerebrais que produzem substâncias saudáveis e processamentos eletroquímicos, que facilitam as sinapses e viajam pelo sistema circulatório, vitalizando as células e auxiliando-as no processo de mitose harmônica.


Quando estão carregados de pessimismo ou malquerença, de ressentimentos e ódios, produzem moléculas que são eliminadas pelos mesmos neurônios com alto poder destrutivo, que perturbam as comunicações e se alojam no sistema nervoso central e no endócrino, afetando o de natureza imunológica, naquele indivíduo que prossegue na emissão de mensagens tóxicas e perturbadoras, às vezes atingindo a pessoa que esta na mira da sua revolta.


O ato da oração é constituído pelo fixar dos pensamentos nobres e aspirações superiores, produzindo ondas carregadas de amor e de harmonia que mantêm em grande atividade os centros nervosos, que se alimentam de forças e, de imediato exteriorizam as vibrações que atraem os bons espíritos, que acorrem para ajudar, ao tempo em que as canalizam no rumo das Esferas superiores onde são captadas para análise imediata.


Em face do seu conteúdo especial, são potencializadas e retornam ao emissor, proporcionando-lhe vitalização e alegria.


Pode, dessa forma, a oração ser encaminhada aos Centros espirituais de captação para análise de conteúdo ou direcionar-se para os objetivos a que se destina.


Por isso, a oração pode ser de louvor, quando se expressa em hinos de alegria e de homenagem ao criador, à vida, às ocorrências existenciais; de rogativa, quando revestida pela necessidade que pode ser socorrida pelo Divino Poder, não apenas por quem ora, assim como em favor daquele por quem se intercede, e de gratidão, transformada em júbilo pelo que se tem logrado ou ainda não conseguiu...


A oração inunda de emoções superiores o ser que se lhe entrega ao ministério.


Quando é a favor do próximo, encarnado ou no plano espiritual, alcança-o como uma onda de paz, que favorece a reflexão, o despertar da consciência para a responsabilidade, o diminuir das aflições, ensejando o prosseguimento a partir desse momento com diferente disposição emocional e psíquica.


Mesmo quando o beneficiário ignora o recurso que lhe é direcionado, ainda assim é alcançado pela emissão vibratória e experimenta alteração para melhor no quadro do comportamento em que se encontra.


Se conhecedor do benefício, gerando sintonia mental, mais se robustece de recursos valiosos, que se transformam em bem-estar, saúde e paz.


Enfermos terminais uns, portadores de doenças degenerativas outros, de distúrbios psicológicos ou psiquiátricos diversos, quando envolvidos pelas ondas benéficas da oração, experimentam sensações favoráveis que, se utilizadas de forma edificante, podem modificar a situação em que se encontram, reiniciando os processos de recuperação ou de diminuição dos seus sofrimentos.


Os desencarnados, por sua vez, sentindo-se recordados e queridos, ao captarem a onda mental que lhes é direcionada, têm diminuídas as angústias e perturbações, reconsiderando a situação em que se encontram e se reanimando, desse modo adquirindo forças e valor para superarem as dificuldades que os afligem, frutos amargos da insensatez a que se entregaram anteriormente.


A onda mental da oração cinde a densa camada da psicosfera deletéria onde respiram aqueles a quem é enviada a mensagem de amor, e qual um raio vigoroso deixa a claridade da sua presença e descarga de energia benéfica de que se faz portadora.


Não elimina, certamente, os débitos, nem seria justo que assim acontecesse, também não impede o insucesso, mas oferece serenidade e confiança para o enfrentamento dos efeitos perniciosos dos atos transatos, trabalhando em favor da mudança da paisagem, que se nimba de diferente conteúdo propiciador de paz e de vitória que devem ser alcançadas, a partir de então.


Simultaneamente, aquele que ora se potencializa e irradia ondas de harmonia que envolvem a tudo e a todos quantos lhe estão no campo psíquico ou emocional.


Animais e plantas captam as ondas mentais que lhe são dirigidas, refletindo no comportamento os efeitos saudáveis ou danosos do tipo de vibrações de que se constituem.


No momento em que a criatura humana se conscientizar do poder da oração ou do pensamento nobre, o planeta será beneficiado pela emissão individual e coletiva de orações para recuperá-lo após todas as agressões que tem sofrido pela imprevidência e loucura dos seus habitantes, tornando-se abençoado reduto de regeneração, ao invés de oficina de dolorosas provas e expiações.


O pensamento, portanto, vinculado a Deus, ao bem, ao amor, ao desejo sincero de ajudar, eis a oração que todos podem e devem utilizar, a fim de que a felicidade se instale por definitivo nos corações.


Por isso que as formas e as fórmulas utilizadas para a oração se fazem secundárias, sendo indispensável a intenção do orante, cujo propósito estimula o dínamo cerebral a liberar a onda psíquica vigorosa que lhe conduzirá a aspiração.


O hábito de orar, a constância da oração, a elevação do pensamento se transformarão em um estado especial de equilíbrio espiritual, que sustentará o ser em todas e quaisquer ocasiões da sua existência.


Isto, porque, oração é vida, e com Jesus é vida em abundância...



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito  Manoel  Philomeno de Miranda.


Ideologia Partidária X Doutrina dos Espíritos - Jorge Hessen







Ideologia Partidária X Doutrina dos Espíritos


Jorge Hessen



O legado da tolerância doutrinária não se deve manifestar na forma de omissão diante das enxertias conceituais e ideias anômalas que alguns companheiros intentam impor nas instituições doutrinárias em nome da militância política. 


Principalmente nas proximidades das disputas para eleições político-partidárias, em que surgem aqui e acolá discussões sobre se o espírita deve ou não candidatar-se a algum cargo eletivo.

*

Em verdade, a Doutrina dos Espíritos não estimula o engajamento para funções nas estruturas político-partidárias. 


E não ajusta sua tribuna a serviço da propaganda partidária de quaisquer candidatos. 


A tarefa urgente do espírita é a transformação de comportamento individual, a luta pelo ideal do bem, em nome do Evangelho. 


Agindo assim, os espíritas não estão alheios às questões políticas; engana-se quem pensa o contrário. 


Os espíritas incorruptíveis, fiéis à família, à sociedade e aos compromissos morais, são, integralmente, cidadãos ativos, que exercem o direito e/ou obrigação (depende do ponto de vista) de votar; porém, sem vínculos com as absurdas contendas ideológico-partidárias.


*

Se algum confrade estiver vinculado a qualquer partido político, se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, obviamente tem total liberdade de fazê-lo, mas que atue bem longe dos ambientes espíritas, de modo que não camufle, dentro da Instituição Espírita, disfarçada intenção, visando conquistar votos dos frequentadores. 


O excesso de cautela nesse caso é recomendável; não é questão de preconceitos; é até uma questão de lógica, pois, em se discutindo assuntos da política humana, é inadmissível trazer, para as hostes espíritas, o partidarismo, a ideologia (de “direita”, “esquerda”, “centro”, “ambas” etc. etc. etc.). 


Conquanto, como cidadão, cada espírita tenha o direito e o livre-arbítrio para militar no universo fragmentado das ideologias político-partidárias, não tem o direito de confundir as coisas. 


Não esqueçamos que o Espiritismo não é um fragmento da política mundana, nem tampouco se envolve com grupos políticos sectários, que utilizam meios contraditórios com os fins de poder.


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Como vimos, por razões óbvias, repetimos, é imperioso distinguir o interesse de valor inócuo da política humana da excelsa política de Jesus – a “Verdadeira luz que alumia a todo homem”(1). 


Quando trabalhamos pela erradicação da miséria e da exclusão social, estamos adotando a política “d’Aquele que é desde o princípio”(2). 


A política do verdadeiro espírita é a favor do ser humano e de seu crescimento espiritual. 


O espírita consciente não se submete nem se omite diante do poder político, e nem tampouco assume o lugar de “oposição” ou de “situação”. 


Até porque "o discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. 


O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora"(3).



Bezerra e Eurípedes


***


O primeiro capítulo do Estatuto da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas estabelece a seguinte PROIBIÇÃO (isso mesmo, PROIBIÇÃO!): 

“AS QUESTÕES POLÍTICAS, DE CONTROVÉRSIA RELIGIOSA E DE ECONOMIA SOCIAL NELA [S.P.E.E.] SÃO INTERDITAS”

Portanto, e por imparcial razão, é inaceitável alguém utilizar a tribuna espírita para propaganda político-partidária. 


Da mesma forma, é situação deprimente um espírita utilizar palanques eleitoreiros a fim de implorar votos, valendo-se demagogicamente de sofismas e simulacros de “modéstia”, “pobreza”, “humildade”, “altruísmo”, “tolerância”, exaltando suas inigualáveis “virtudes” e colossais obras de “caridade”. 


Aconselhamos a tais imponderados "espíritas”, mendicantes de votos, que se afastem do Espiritismo e optem por outro credo, a fim de que seja assegurado ao movimento espírita a não contaminação dessa infecciosa política reles e mesquinha de interesses pessoais.


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Alguns defensores da politização nas casas espíritas evocam Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo a fim de justificarem seus arrazoados. 


A carreira política de Bezerra de Menezes iniciou-se em 1861, quando foi eleito vereador municipal pelo Partido Liberal. 


Foi reeleito para o período 1864-1868 e elegeu-se Deputado Geral em 1867. 


Novamente foi eleito vereador em 1873. 


Ocupou o cargo de presidente da Câmara, que atualmente corresponde ao de prefeito do Rio de Janeiro, de julho de 1878 a janeiro de 1881. 


Nessa época, a intensificação da luta abolicionista teve a adesão de Bezerra, que usou de extrema prudência no trato do assunto. 


Entretanto, no dia 16 de agosto de 1886, o público de duas mil pessoas que lotava a sala de honra da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, ouviu, silencioso e atônito, o famoso médico e político anunciar sua conversão ao Espiritismo. A partir daí, não se envolveu com o partidarismo político.


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Quanto a Eurípedes Barsanulfo, foi respeitável representante político de sua comunidade, sem dúvida. 


Tornou-se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal "Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". 


Logo viu-se guindado à posição natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida. 


Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Espírita. 


Diante dos fatos, voltou completamente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas. 


A partir daí, o partidarismo político deixou de ser parte integrante dos anseios do jovem mineiro.


*


Não temos necessidade de representantes políticos


 *


Por fortes razões, é necessário que façamos profunda distinção entre Espiritismo e política partidária. 


Somos “políticos” desde que nascemos e vivemos em sociedade; sim, e daí? 


A Doutrina Espírita não poderá, jamais, ser veículo de especulação das ambições particulares nesse campo. 


Se o mundo gira em função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como tolerar militância política dentro das hostes espíritas. 


Não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance ajudaremos a melhorar o mundo. 


Isso é parvoíce ideológica.


*

Não há como confundir a política terrena de interesses menores com a política do “Filho do Altíssimo”(4). 


Cada situação na sua dimensão correta. 


Política partidária, aos políticos pertence, enquanto que prática espírita é atividade para espíritas cristãos. 


O argumento de que os parlamentares se servem, com o pretexto de "defender" os postulados da Doutrina, ou aliciar prestígio social para as hostes espíritas, ou, ainda, ser uma "luz" entre os legisladores, é argumento ardiloso, desonesto. 


"NÃO TEMOS NECESSIDADE ABSOLUTA DE REPRESENTANTES OFICIAIS DO ESPIRITISMO EM SETOR ALGUM DA POLÍTICA HUMANA"(5).


Os legítimos estudiosos espiritistas acercam-se da compreensão de viver naturalmente impregnados de bom senso e humildade. 


Entendem que "a missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. 


Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal"(6).


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Mais uma vez, afiançamos que não se sustentam as teses inúteis de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance ajudaremos a “melhorar” o Brasil. 


Não esqueçamos que o “Rei dos Séculos”(7) cogitou muito a melhora da criatura em si. 


Não nos consta que o “Filho de Deus”(8) tivesse aberto qualquer processo político-partidário contra ou a favor do poder constituído à época. 


Portanto, a nossa conduta apolítica (apartidária) não deve ser encarada como conformismo; pelo contrário, essa atitude é sinonímia de paciência operosa, que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos.


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É acertado lembrar que, nos imperceptíveis consentimentos, vamos descaracterizando o programa da Terceira Revelação. 


A título de tolerância, diversas vezes fechamos os olhos para a politização nas casas espíritas; entretanto a experiência demonstra que, às vezes, é presumível até fechar um olho, porém nunca os dois. 


Considerando que nosso mundo é a morada da opinião, é natural que apresentemos para os companheiros militantes políticos desacordos sobre esse tema. 


Inadmissível, porém, tendo em vista a própria orientação da Doutrina Espírita, é o clima de injunções que se coloca, não raro, envolvendo os que confundem intensidade com agressividade, ou defesa da verdade com inflexibilidade.

*

Estamos investidos de compromisso mais imediato, em vez de mergulhar no mundo da política saturada por equívocos deploráveis. 


Por isso, não devemos buscar uma posição de destaque, para nós mesmos, nas administrações transitórias da Terra. 


Se formos convocados pelas circunstâncias, devemos aceitá-la, não por honra da Doutrina que professamos, mas como experiência complexa, onde todo sucesso é sempre muito difícil. 


"O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de uma consciência é como se fora a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir uma realização definitiva e real. 


A missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. 


Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal."(9)



Conclusão


Fosse uma sociedade educada para a tolerância recíproca, para o respeito à autoridade, para o trabalho persistente, sem conflitos entre servidores e governo, empresários e trabalhadores, em que as pessoas se unissem para compreender a necessidade dos valores espirituais na vida de cada um ou de cada grupo social, seríamos um país venturoso e pacífico. 


Muitos podemos admirar a política enquanto ciência, enquanto princípios, enquanto filosofia, mas definitivamente não precisamos nos envolver em partidarismos políticos. 


Pensamos ser justos em lutar por nossa ação voluntária na Sociedade, seja na ação profissional, seja na ação de cidadania, sem trocar nossa dignidade por politicagens ou conveniências pessoais.


Jorge Hessen




Referências bibliográficas:

1 João 1:9

2 1 João 2:13

3 Xavier, Francisco Cândido. Vinha de Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999,cap. 59

4 Lc 1.32

5 VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de janeiro: FEB, 2001, Cap. 10

6 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60

7 1Tm 1.17

8 Mt 2.15

9 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60.



 Fonte:

Artigo publicado na revista Eletrônica O Consolador http://www.oconsolador.com.br/ano8/376/especial.html e no site: http://aluznamente.com.br



Jorge Luiz Hessen (Brasília/DF)
é membro da Rede Amigo Espírita, servidor Publico Federal, residente em Brasília, palestrante, escritor, articulista em diversos jornais e sites, com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Imortal, Revista Internacional do Espiritismo, entre outros e além de conselheiro da revista eletrônica O Consolador. 


Blog:http://jorgehessen.net/

Email: jorgehessen@gmail.com

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O processo da Reencarnação - GEAL







O processo da Reencarnação


Os processos da Reencarnação como os da desencarnação são diferentes, não existindo dois absolutamente iguais. 


As facilidades ou obstáculos são subordinados aos inúmeros fatores, muitas vezes relativos ao estado de consciência do Espírito encarnante. 




Há geralmente três categorias de Espíritos que retornam a Terra:


1. Aqueles que procedem das regiões inferiores que necessitam de cooperação muito complexa, sempre exigindo do Plano Espiritual laborioso e paciente esforço, assim, como uma ação magnética indescritível para ser obtido um absoluto estado de inconsciência necessário à Reencarnação.


2. Aqueles de grande elevação espiritual que reencarnam em apostolado de serviço de iluminação sem dar trabalho algum aos Espíritos em serviço, realizando praticamente sozinhos o processo pré-reencarnatório.


3. Aqueles medianos que habitam a Terra, nem altamente elevados, nem conscientemente maus recebendo a ajuda dos benfeitores espirituais.





FASES DO PROCESSO REENCARNATÓRIO


André Luiz, no Livro Missionário da Luz, descreve a Reencarnação de um Espírito dessa terceira categoria que se enquadra nas diretrizes mais comuns. 


Com base nessas informações, descreve a preparação dos Espíritos, a saber:


1. Fase inicial: As leis físicas naturais são seguidas no tocante à modelagem fetal e ao desenvolvimento do embrião humano, sem, contudo, deixar de atender à questão das provas retificadoras e necessárias ligadas a matéria orgânica. 


De outro lado, nas esferas mais altas, são programados e traçados os mapas genéticos para o espírito reencarnante. 


O Espírito toma conhecimento previamente das suas características na próxima vida e tem consciência de que tudo faz parte do processo educativo pelo qual passará e deverá obedecer.



2. Fase Posterior: A Reencarnação sistemática é sempre um curso laborioso de trabalho contra os defeitos morais demonstrados nas lições e conflitos. 


Neste contexto, os pormenores anatômicos imperfeitos, circunstâncias adversas e ambientes hostis constituem formas de aprendizado e de redenção.


3. Mapa de provas úteis: O mapa de provas úteis é organizado com antecedência, levando em consideração a cooperação fisiológica dos pais, a paisagem doméstica (influência dos moldes mentais dos pais) e o concurso dos amigos espirituais. 


Assim, todo mapa cromossômico é previamente organizado para atender às necessidades de reparação do reencarnante. 


No caso, por exemplo, da necessidade de se valorizar um dos sistemas fisiológicos, como o coração, são programados para o espírito desequilíbrios nessa área em determinada fase da vida física.


4. Equilíbrio restante: O equilíbrio e todo o corpo físico também são levados em conta e todo o planejamento é estudado e revisado antes do momento da reencarnação. 


Observamos, assim, muito trabalho para os Espíritos dedicados bem como muito desconhecimento a ser vencido. 


Em vista disso, devemos aprender a valorização da bênção da Reencarnação e do corpo físico que nos abriga, zelando pela sua integridade e aproveitando todas as oportunidades para vivenciar o bem entre os homens.





FINALIDADES DA REENCARNAÇÃO


O autor Espírita Eliseu Rigonatti, do Brasil, na obra O Espiritismo aplicado, resume em três as finalidades da reencarnação:


1.Aprendizado: A primeira finalidade da Reencarnação é o aprendizado. 


Com efeito, a Terra é uma verdadeira escola na qual estamos matriculados para desenvolver nossas faculdades nobres. 


Devido às inúmeras experiências que a vida cotidiana terrena nos proporciona, educamos os sentimentos, o coração. 


A base da educação do sentimento é o primeiro grande mandamento. 


Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.


Dessa base, derivam-se todos os outros preceitos educativos. 


Portanto, o aprendizado na Terra como Espírito encarnado também oferece aos homens a oportunidade de instruir o próprio Espírito adquirindo amor e sabedoria.


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2. Elevação Moral e Espiritual: Esta segunda finalidade da Reencarnação está relacionada com a elevação aos planos superiores do Universo, à medida que o homem vai educando o sentimento e adquirindo amor e sabedoria. Em outras palavras.

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3. Reparação: Esta terceira finalidade da Reencarnação refere-se ao fato que o homem ao praticar o mal necessitará arcar com as conseqüências desse ato. 


E dessa maneira que a Reencarnação funciona como um corretivo ao Espírito culpado. O homem sofrerá com a mesma intensidade durante outras encarnações aquilo que ele fez sofrer. 


Contudo, a Reencarnação não é tão somente um elemento corretivo, mas, é também, um elemento reparador. 


Nas Reencarnações sucessivas, o homem será posto em íntimo contato com todos aqueles a quem causou todo o tipo de malefícios e infelicidades para que possa oferecer justa reparação.




TIPOS DE REENCARNAÇÃO


O autor Espírita Carlos T. Rizzini, na obra “Evolução para o Terceiro Milênio”, classifica a questão dos tipos de Reencarnação em três: Compulsória, Proposta e Livre, conforme vemos, a seguir:


1. Reencarnação Compulsória: É aquela em que acolhe o Espírito sem prévia concordância dele e até mesmo sem seu conhecimento. 


E por sua índole, própria dos Espíritos cujo grau de perturbação impede análise clara da situação ou cujas faltas são tão graves que anulam a liberdade de escolha. 


E uma imposição feita pela Lei Divina para atender aos casos cuja recuperação exige longas expiações.


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2. Reencarnação Proposta: É aquela que leva em consideração o livre-arbítrio relativo de que dispõe o Espírito. 


Mentores Espirituais estudam, sem imposição, seus débitos e méritos programando em seguida os principais acontecimentos da próxima existência física, tendo em vista a liquidação ou diminuição de dívidas e possibilidades de progresso moral e espiritual.

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3. Reencarnação Livre: É aquela que é própria dos missionários. 


Espíritos redimidos perante a Lei Divina ou próximos da redenção no plano terreno. 


São os que possuem ampla liberdade de escolha. 


Chegam ao plano material para o desempenho de tarefas elevadas em qualquer segmentos do conhecimento humano, tanto nas ciências como na filosofia ou religião. Neste último, tornam-se: Um Sócrates; um Buda; um Krishna, e, notadamente, Jesus de Nazaré.



Fonte

GEAL- Grupo de Estudos André Luiz .